sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

Sobre um abraço uruguaio

A função da arte - Eduardo Galeano

"Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: Me ajuda a olhar! "

(Em O livro dos Abraços)

Porque eu nunca mais poderia viver como antes depois de ser abraçada por esse livro.

Tentativas e filosofias baratas

Pensei naquela filosofia barata de que o importante é tentar. Do que adianta tentar se nada foi alcançado?
Eu sei, você irá me dizer aquela frase pronta de que “É melhor se arrepender das coisas que fez do que das que não fez”.
Certo, eu concordo inteiramente com isso. Sinto-me orgulhosa de muitas vezes eu não me acovardar com os desafios que tive que enfrentar. Desafio que eu digo, não é aqueles do tipo escalar o Monte Everest. Desafio das coisas simples da vida, como enfrentar a tal da Fuvest ou estudar aquela matéria que parece impossível entender. Isso por si só já é um desafio. Mas não sei...
De tanto tentar, chega uma hora que você desanima. Tentei várias vezes em várias situações. E quando dá errado, eu não penso: - O importante é que você tentou, Larissa! Um sentimento traiçoeiro vem logo me dizendo: - Sua merda, você fez tudo errado de novo! E aí, eu fico angustiada.
Mas talvez o segredo seja não se deixar levar pelos pensamentos losers traiçoeiros.
Acho que a graça da vida é tentar.
Tentar mesmo que você não consiga ser um vencedor.

domingo, 4 de novembro de 2007

terça-feira, 17 de julho de 2007

Uma feliz maldição

Se existe algo difícil de se fazer é escrever. Não há nada mais complicado no mundo que transmitir o que se quer por meio de palavras ou por junção de frases.
Escrever é trabalhoso, porém é libertário, é livre. Pode se escrever para lembrar uma antiga nostalgia ou uma ira contida ou um simples sentimento. Quando se escreve, você pode mergulhar em um mundo oculto e mexer na sua profunda ferida. Quando se termina um texto é como se ganhasse uma batalha, vencesse uma guerra, é uma glória.
Não foi à toa que Clarice Lispector disse uma vez que escrever é uma maldição e realmente é. Mas é uma maldição precisa.
Uma maldição maravilhosa.

Início

Certa vez Clarice Lispector comentou que, quando ela não estava escrevendo, ela estava morta. Ás vezes também tenho essa sensação. Olho para o papel em branco e sinto vontade de explodir todos os meus pensamentos nele. Parece que se eles não agüentam ficar em mim, eu tenho que descrevê-los em um papel. Que nem agora, por exemplo. Esses escritos não são bem escritos, são apenas um desabafo. Porque, na verdade, quando termino de escrever me sinto ridícula. Sinto que meu texto é chulo, piegas. Por isso, não liguem se meu texto for medíocre: pois a responsável por ele também é. Não liguem também se por ventura, eu repetir a mesma idéia a todo tempo: eu tenho mania de bater na mesma tecla. Sou insistente com o que não devia ser. E como você já deve Ter percebido sou dramática ao extremo. Por isso me sinto ridícula. E um último conselho a você que me lê: não ache que eu sou triste. Pois eu sou muito feliz. Digo isto, porque ao você ler esses escritos vai achar que eu sou triste a todo tempo. Mas a verdade é que só escrevo situações tristes para desabafar como disse no como já disse. Meus sentimentos tristes não gostam de ficar só em meu cérebro: eles insistem em sair. Sinto medo deles.
Por isso os escrevo. Pra que eles saiam de mim.