terça-feira, 17 de julho de 2007

Uma feliz maldição

Se existe algo difícil de se fazer é escrever. Não há nada mais complicado no mundo que transmitir o que se quer por meio de palavras ou por junção de frases.
Escrever é trabalhoso, porém é libertário, é livre. Pode se escrever para lembrar uma antiga nostalgia ou uma ira contida ou um simples sentimento. Quando se escreve, você pode mergulhar em um mundo oculto e mexer na sua profunda ferida. Quando se termina um texto é como se ganhasse uma batalha, vencesse uma guerra, é uma glória.
Não foi à toa que Clarice Lispector disse uma vez que escrever é uma maldição e realmente é. Mas é uma maldição precisa.
Uma maldição maravilhosa.

Início

Certa vez Clarice Lispector comentou que, quando ela não estava escrevendo, ela estava morta. Ás vezes também tenho essa sensação. Olho para o papel em branco e sinto vontade de explodir todos os meus pensamentos nele. Parece que se eles não agüentam ficar em mim, eu tenho que descrevê-los em um papel. Que nem agora, por exemplo. Esses escritos não são bem escritos, são apenas um desabafo. Porque, na verdade, quando termino de escrever me sinto ridícula. Sinto que meu texto é chulo, piegas. Por isso, não liguem se meu texto for medíocre: pois a responsável por ele também é. Não liguem também se por ventura, eu repetir a mesma idéia a todo tempo: eu tenho mania de bater na mesma tecla. Sou insistente com o que não devia ser. E como você já deve Ter percebido sou dramática ao extremo. Por isso me sinto ridícula. E um último conselho a você que me lê: não ache que eu sou triste. Pois eu sou muito feliz. Digo isto, porque ao você ler esses escritos vai achar que eu sou triste a todo tempo. Mas a verdade é que só escrevo situações tristes para desabafar como disse no como já disse. Meus sentimentos tristes não gostam de ficar só em meu cérebro: eles insistem em sair. Sinto medo deles.
Por isso os escrevo. Pra que eles saiam de mim.