quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A Alma Fria.

O sexo não era tão bom assim.
Tinham acabado de fazer, estavam suados, estupidamente cansados... para quê? Para nada, o sexo agora era uma bosta.

Deitara naquela cama de solteiro suja, a mesma que ele levava todas suas adoráveis pilantrinhas.
E agora, ela também estava ali, deitada e pelada com ele, sentindo-se suja e amargurada naquele quarto quente com aquela alma fria abraçada ao seu lado.

O sexo era uma bosta realmente, mas ainda sim, ela lhe pediu mais. 'Não é possível', pensou. 'Eu ainda o desejo, ele também me deseja, vou tentar mais uma vez'. E se jogou nos braços dele, acariciou-lhe a nuca, segurou a sua mão com força, fingindo ternura para aquela alma fria.
Mas nada. Apelou para as sacanagens, disse-lhe algumas besteirinhas com um 'eu te amo' no final.

Ele resmungou. Fez cara feia, disse que estava cansado, queria dormir.
DORMIR? Aquilo feriu o ego dela furiosamente. Enquanto ela tentava trazer o antigo prazer do gozo, o filho da puta queria dormir com as ovelhinhas.

Rejeitada e insatisfeita, abraçou a alma fria com vontade. Queria agarrar-lhe pra nunca mais soltar. Agora sentia uma vontade de tê-lo, de possuí-lo. Olhou para o lado, a alma fria já estava dormindo. Filho da...

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